4/08/2012

Desabafos da Madrugada

To escutando Chico Buarque. Sambinha daqueles bons só pra distrair a cabeça. A verdade é que eu to cansado. Na boa. To tão cansado. Enfim, conseguiram. Nem discutir política eu quero. Nem escrever eu quero. Nem desabafar eu quero. A única coisa que eu ainda tenho vontade é de pegar uma prancha e ir pra praia, enfim aprender a surfar. Aproveitar pra esfriar a cabeça. Eu preciso disso. Escrevo aqui... Não sei porque escrevo. Sinto que devo, sabe? Só isso. O que fizeram... E não consigo deixar de sentir culpa. Não consigo deixar de me sentir mal. Sem esperança. Com uma vontade braba de chorar. E o pior que o que eu mais queria era um daqueles momentos de sonhos, sabe? Momentos de filmes, de livros, de músicas. Só pra deitar a cabeça no ombro de alguém, sem precisar falar nada, só um instante de conforto. Um instante em que pudesse deixar de lado essas preocupações, essas desavenças, esse desespero e esse desânimo. Eu tento ser feliz, eu tento não me preocupar, ignorar tudo isso e continuar. Mas é difícil. Até lutar está difícil. Ah, que desespero. Nada mais faz sentido. Um único parágrafo. Isso me lembra do conto do André Sant'Anna. No conto (O Importado Vermelho de Noé), o fato de ser um único parágrafo é pra representar a fragmentação da sociedade, do personagem, pra representar a loucura dele. Faz sentido, neah?! Eu só queria paz. E queria falar com ele. Queria que as coisas simplesmente dessem certo, sabe? Ahh, eu to cansado.