5/13/2012

Monólogos

Volto hoje por sua causa. E única e exclusivamente por sua causa.
"Há muita coisa que eu gostaria de te dizer, mas não sei como". São cinco da manhã, já passou das 3:33... Escrevi um capítulo fajuto hoje. Só por escrever. Mas foi bom. Eu só preciso achar minha fé de novo. E tudo voltará a ser como era antes, sei disso.
D...
Por que você tem que pensar tanto? Por que você tem que complicar tanto? Não é simples? Não pode ser simples? Por que você não pode gostar de mim? Por que você se afasta desse jeito? Por que eu sofro?
Desgraçado, filho da puta, do Carlos Drummond de Andrade. Desgraçado. Te odeio. Peste. Por que diabos você tinha que arruinar minha vida?!?!?!
Eu queria ou poder controlar meus sentimentos, ou minha mente. Assim, se fosse para sofrer, sofria. Se não, não sofria. Qualquer um dos dois, sabe? Se eu sentisse apenas o que eu soubesse que é real, que não é ilusão, não sofria... Ou, se eu apagasse de minha mente a ilusão que o desgraçado do Drummond fez eu ver, eu podia, pelo menos, sofrer de verdade, sem ter o ódio por mim ainda.
Eu me odeio. Me odeio com todas as forças. E o pior é que falei, pensei tanto na D., que (EU JURO), deu um solavanco no estômago quando eu vi que ela estava on-line. Deus me livre. Ela era minha amiga. Só isso. Por que diabos eu tenho que me iludir? E por que diabos a minha consciência de que é pura ilusão não é o suficiente para acabar com a ilusão? Os românticos (até mesmo a D.) diriam que talvez não seja ilusão. Será? Não. É ilusão. Tem que ser. Porque, se não fosse, daria certo. Não é isso?
Eu cresci com Camões, Russo, Seixas, Hebert Viana, etc. Eu cresci acreditando no Amor. Já não acredito mais. E a D. me fala que eu perco tempo não acreditando, tempo que eu podia passar com quem eu gosto. Desgraçada, neah? Se ela soubesse...
É ilusão. Drummond acabou, destruiu, com todo meu conceito de Amor. Com todas minhas ideologias também. Freud ajudou um pouco... A questão é que eu perdi a fé. E eu posso reconquistar a minha fé. Sei disso. Mas eu preciso dela. Se ela não pensasse tanto...
Mas será que ela pensa tanto? Será que não to só tentando me enganar? Porque, convenhamos, é muito mais fácil ela estar se distanciando de mim, ela não gostar mais de mim, do que eu chegar nela e falar. E ficou mais fácil porque eu me iludo. Ilusão consciente. Que bosta, neah?
Eu queria que ela lesse isso. Porra, como eu queria. Queria que ela me amasse. Queria que ela falasse que me ama. Que gritasse! Queria tê-la em meus braços. Por quê? Porque isso ia me deixar feliz. Ia destruir toda a teoria de que ela está se afastando e eu não precisaria me esforçar com ela.
Mas eu ia precisar do mesmo jeito. No instante que eu disse para outra pessoa que não eu mesmo que eu havia mitificado-a, ela se tornara O Mito, superior, brilhante, perfeito. E eu, o sofredor, precário, escroto.
Filho da puta do Drummond.
Será que, sabendo disso, eu posso pular essa fase? Ou me falta confiança? Eu sou muito inseguro, tomar no cú! Isso tudo é insegurança. Eu estar aqui hoje é insegurança. Quem sabe o que teria acontecido, não é?
Eu quero ela.
D., dice que me quieres y yo te regalló él último soplo de mi corazón.
Maldita música. Me fez sorrir. Eu to bobo. Eu quero falar com ela. Eu fico bem, falando com ela. Na moral...
Ó morte, tu que és tão forte, que mata o homem, que bate no cão, que caça o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que queima a neve, solta o meu pezinho? (eu acho que tem alguma coisa entre o homem e o cão =P)

Eu preciso espairecer

5/05/2012

Desabafos da Madrugada - Sangria

Sangria 






É curioso ver
Esse desespero que me destrói
É curioso ver
Como rogo por aquilo que repudiava
É curioso ver
Como as coisas mudam
É curioso ver...

Essa nossa vida é bem curiosa
E antitética
Acaba por nos confundir
E nos questionar
Afinal...

Por que, se só achamos felicidade
Ao fugir da tristeza?
A felicidade, então
É só mais uma droga?
Inatingível?
Alienante?
Uma fuga da realidade?

Amamos fantasias, especulações,
Simulações, Mitos,
Mas a vida, que deveria ser nossa paixão,
É o maior dos medos

Mitos, medos.
O que é o amor?
É um mito?
É fantasia?
Mais uma?

A morte é a única certeza.
Mais certa, ainda, que a vida
"E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo
Mas tenho de encontrar"

Talvez pior ainda que a morte
Seja o adeus
Porque o adeus traz saudades
O adeus traz dor
Sofrimento
"Só porque é triste o fim".

A felicidade é inatingível,
O amor não existe,
A morte é inevitável,
O adeus também.

E a vida?

A vida, cega, surda e burra
O maior dos mitos que criamos
Poderia ser facilmente comparada
A uma grande criança com uma lupa
E nós, as humildes formiguinhas

Use-a para felicidade, tristeza
Para política, para futebol
Para o tudo, para o nada
Para o bem, para o mal
Não fará diferença.
Diga-lhe perfeita, estapafúrdia
Imprevisível, inalterável
Não fará diferença.
Creia-lhe uma dádiva, uma dívida
Não fará diferença.
Busque-a ou não
Não fará diferença.

Então, de que me importa?
Não se sabe nosso objetivo para com a vida.
Não lhe devemos nada
Ela não nos deve nada.
Por que chorar?
Por que sorrir?
Por que continuar?
Se não consigo mais sentir?

E insistimos no mesmo erro.
Teremos as mesmas ilusões.
Sofreremos as mesmas desgraças.
Penderemo-nos nos mesmos becos escuros.
Mataremo-nos.
Machucaremo-nos.
Mutilaremo-nos.
Uns aos outros
E a nós próprios

Me machuco com esse poema.
Me mutilo,
Me odeio,
Me perco,
Me desespero,
Me arrisco,
Me mato com esse poema.

Uso meu sangue para manchar de vermelho o topo e a base dessa página branca
Para banhar em sangue esse poema estapafúrdio
Essa poema vão, tão vão quanto a própria vida.
Tenho tal atitude para tirar de mim todo o mal.
Faço-me uma sangria com esse poema
Para livrar-me de todo esse veneno que corre por minhas correntes sanguíneas
Todo esse mal que me assola.

Ou não é nada disso.

Uso-me dessa escória de poesia
Para dramatizar uma situação banal
E mostrar para todos uma dor que não é real
Para chamar a atenção mundial
Para a situação mais normal
Tendo meus minutos de fama usual
E uma natureza racional
Dentro de uma civilidade animal






Curioso,
Não?!