Eu vou ser sincero, não sei bem porque estou escrevendo este texto. Mas, assim como tantos outros, eu estou me sentindo mal. E, cara, como eu estou me sentindo mal. Me sinto podre, como tantas vezes antes. Minha cabeça está pesada, e eu quero chorar...
Eu queria ser burro, isso sim. De verdade. Não que eu seja inteligente, mas eu queria ser ignorante. Queria não pensar nas coisas que eu penso. Queria não pensar nisso. Queria poder continuar iludido, estúpido, jogar minha vida fora. Seria mais fácil, então por que não?
Queria ser babaca. Queria ser escroto. Queria ser aquele como O Hamster. O cara muitas vezes é uma das pessoas mais babacas que eu conheço, apesar de ser meu grande amigo, ele consegue ser um troxa quando ele quer. Mas ele não tem pudores. Ele fala o que ele quer, ele faz o que ele quer. Eu queria ser assim.
Esse Mito que criaram, que pessoas românticas e de emoções fortes são nobres ou qualquer coisa do tipo... Ridículo. São ridículas. Estúpidas. Sofrerão.
É você. Mas não é você. Na verdade, sou eu. É eu perceber, eu entender o quão ridículo eu estava sendo. E eu talvez continuaria assim, se não tivesse te visto hoje. Ainda existe a possibilidade que eu continue assim, apesar de tudo. Mas eu não quero.
Eu não tenho propósito. A minha vida não tem propósito. E não vejo sentido em estar aqui, no grande vazio, na minha grande insignificância. Meus objetivos, por mais utópicos que fossem, serviam pra mim. Mas, depois de expulsarem o André, eu não tive nem forças nem vontade de continuar na luta.
Não que a tal expulsão tenha sido a pior coisa do meu ano. Esse ano tem acontecido coisas horríveis. Assim como coisas boas, mas as horríveis conseguem ter um peso maior. Também, é de se esperar, tive um contato tão próximo e tão chocante com a morte, sofri outra perda terrível com a pessoa que mais me servia de modelo, e, para coroar, perdi minha namorada. Perdi, mas não procurei de volta, importante ressaltar isso.
Aí apareceu você. Em toda minha escuridão, uma amiga, alguém com quem eu pudesse contar. E, puta que o pariu, você é muito linda. Você sempre esteve lá, mas cada vez mais forte, até que, quando eu mais precisava, era você quem eu procurava, e você quem eu encontrava.
Entenda, eu estava carente e sem rumo, não é assim tão surpreendente que eu segui pelo caminho que eu segui. Mas foi estúpido, vejo isso agora. Fiquei me fazendo de romântico, me iludindo. Coloquei você como meu objetivo, meu motivo de existência.
Mas.
Agora já não tenho nenhum. Não procurei outra coisa, outro conforto. Mas eu vejo que jamais poderei tê-la. Não basta ser demais para mim, você não quer. Vê? Não sou ridículo? E eu estou mais só do que nunca, porque não devo me aproximar. E já não tenho mais zona de conforto, minha alienação.
Música é a única coisa que ainda faz sentido. Música é minha salvação. Me agarro à música com todas as minhas forças. É meu sol. É mais do que gosto, do que prazer. É necessidade. Completamente dependente... Minha última esperança.
E, para ver o quão estúpido eu sou, ainda, o que eu mais quero, é te ter aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário